Olá caros leitores,
Estou inaugurando uma nova série de postagens. Como o próprio nome da série já diz: "Tributo às palavras" irá homenagear os grandes nomes da literatura e tenho o prazer de estreiar com um dos maiores nomes da literatura e música nacional: Vinicius de Moraes.
Um breve resumo de sua vida:
Marcus Vinícius da Cruz e Mello Moraes nasceu no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913. Filho de um violinista e uma pianista, Vinicius desde pequeno foi introduzido e estimulado ao mundo da música. Cursou direito onde hoje seria a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lá conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.
Estudou língua e literatura inglesa na Universidade de Oxford. Retornou ao Brasil em 1941 onde foi critico de cinema, colaborador da revista "Clima", membro do "Instituto dos Bancários", censor cinematográfico e trabalhou no "Ministério de Relações Exteriores" (MRE). Durante os anos da ditadura militar foi afastado de seus trabalhos políticos pelo AI-5 por acusação de ser demasiadamente boêmio a ponto de não cumprir seus deveres.
Vinicius ganhou grande prestígio no teatro, na diplomacia, na literatura e principalmente na música. Em meados da década de 50 conheceu Tom Jobim, se tornaram amigos e parceiros na música. Em 1960 os tempos eram áureos para a MPB e Vinicius de Moraes produziu diversas canções marcantes até os dias de hoje.
Em 8 de julho de 1980, após alegar demasiado cansaço ao seu amigo Toquinho. Na madrugada de 9 de julho foi acordado por sua empregada que havia encontrado-o na banheira de casa com sérias difuculdades respiratórias. Tentaram socorrê-lo, mas era tarde. Vinicius de Moraes falecera naquela noite.
A Obra:
Abaixo alguns trabalhos, que separei, de Vinicius de Moraes.
Eu não existo sem você
"Eu sei e você sabe,
já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo
levará você de mim
Eu sei e você sabe
que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você"
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
[Sem palavras para essa última estrofe, fantástico!]
A rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Queria pode mostrar todos, mas infelizmente esta postagem ficaria infinitamente grande. Se gostaram do pouco que leram pesquisem um pouco mais e verão o tão grande foi, é e sempre será este autor.
Marcus Vinícius da Cruz e Mello Moraes deixou a vida, contudo suas obra ficará para sempre gravada nos nossos corações!
Um grande abraço leitores.
Até nossos próximos encontros!