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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Conto: Um conto das cidades

Olá leitores,

Estou a bastante tempo sem postar, mas prometo voltar a atualizar o blog constantemente. Sobre esse conto, eu recebi algumas críticas por não passar nada de novo e ser um pouco repetitivo, todavia decidi postar por ser inspirado em uma das minhas poesias preferidas. Bem, vamos ao que interessa?

Inspirado na poesia: "O Bicho - Manuel Bandeira"




Um conto das cidades

por: Felipe Ferreira


   Era tarde da noite e o vento soprava contra minha direção. Não pensava em outra coisa se não chegar ao aconchego do meu lar. Caminhava, com frio, rumo a penumbra das ruas e não havia nem se quer um sinal de vida ao meu redor.

   Atravessei uma praça como de costume faria, levei minha mão a boca e apertei meus braços contra meu peito em busca de um pouco de calor, quando, em súbito, ouvi um urro selvagem, um grasnar de animal como o que os cães do mato fazem antes de atacar suas presas ou quando se sentem ameaçados. Um som grotesco que lembrava-me uma criatura faminta pronta para despedaçar qualquer um que lhe ameaçasse.

  Um frio subiu-me pela espinha e senti como se minha vida estivesse sob o fio de uma navalha. Acreditava que minha saúde estivesse, naquele instante, em risco absoluto. Relutei antes de ver qual criatura emitira aquele grotesco ruído, todavia tomei coragem e virei, muito lentamente, meu tronco. Minhas pernas estavam em choque e meus punhos cerrados prontos para o combate eminente.

   Eu vi aquilo, contudo demorei alguns instantes para digerir a visão. A imagem daquele animal, porém não um animal qualquer... um homem. Um homem, era um homem! Atirado ao chão com suas poucas roupas rasgadas. Possuía um pelugem selvagem em sua face, sua pele já castigada pela idade, possuía diversas marcas de doença, suas mãos já não tinham a vida da juventude e sim os calos da dor e seus olhos não espelhavam uma alma sã, só me mostravam sofrimento de uma vida longa e dolorosa. O animal lutava para se movimentar e novamente urrou, mas não de dor era de medo. E novamente urrou para que ninguém se aproximasse.

   Nada se movia em sua direção e nesse momento senti como se uma pedra fosse atirada contra meu coração. Minhas mãos, atadas pela dor, não me permitiram ajudar, talvez o motivo não seja exatamente este, a questão é que não tive forças suficientes para estender um gesto de compaixão àquela sofrida alma e, com o enorme pesar, segui meu caminho.O homem urrou mais uma vez e de bem longe pude escutar. Continuei minha estrada, contudo sei que aqueles gritos ecoarão dentro de minha cabeça por todo o sempre para que eu nunca me esqueça de que fui incapaz de ajudar um semelhante quando fez-se necessário.

5 Comentários:

Anônimo disse...

cara mt bom!

Anônimo disse...

(872) Bem interessante, mais eu achei q voc se preocupa muito em usar palavras dificeis no q sairia melhor se utilizasse mais a linguagem poética!

Anônimo disse...

(872) Vc escreve bem mais demora muito pra postar coisas novas! quanto dias eu fico esperando por uma nova postagem! sabe, eu tambem escrevo e se vc quiser agente pode fazer juntos! se interessa comenta ai, acompanho o blog todo dia!

Felipe PV Ferreira disse...

Peço desculpas pela minha demora, meu processo criativo é meio complicado. Adoraria escrever em conjunto com alguém, me adicione nas redes sociais que entraremos em contato

Anônimo disse...

Teu link pro face não funciona, eu não possuo G+ e não faço mais uso do twitter. aad no MSN marcusVMA@live.com

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